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terça-feira, 17 de maio de 2011

TENSÃO NAS ALTURAS


Com quase 100 mil pilotos, copilotos e comissários, o Brasil está em franco crescimento no transporte aéreo de cargas e passageiros. Para os profissionais, os riscos também aumentaram, sobretudo psicossociais, como sobrecarga de trabalho, estresse e fadiga. Investir em fatores humanos e segurança operacional é a melhor prevenção.

O espaço aéreo brasileiro é um dos mais movimentados do mundo. Anualmente, são mais de 2,6 milhões de pousos e decolagens em nossos 2.500 aeroportos e aeródromos (pistas simples). Entre 2005 e 2010, o número de embarques e desembarques de passageiros no país cresceu 60%, passando de 96 milhões para 154 milhões por ano. Desde 2002, o setor cresce, em média, 20% ao ano. Porém, sem o correspondente investimento em infra-estrutura aeroportuária. "Aumentou o número de aeronaves - 13,3 mil no total, segundo a ANAC -, mas não houve construção de novos aeroportos. Muitos deles, em situações adversas, podem não oferecer boas condições de segurança, por exemplo, o de Joinville (SC), Ilhéus (BA), Caxias do Sul (RS) e até mesmo o de Congonhas, em São Paulo", afirma Carlos Camacho, diretor de Segurança de Voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

A aviação civil nunca esteve num momento tão favorável no país. Com a facilidade de crédito, a cada ano aumenta o número de pessoas que podem viajar de avião. Algo positivo, mas que traz consequências para os "trabalhadores do ar". "Esta popularização trouxe sobrecarga significativa de trabalho para os aeroviários e os aeronautas; ficou mais estressante", explica Roberto Heloani, doutor em psicologia social e professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Com o crescimento acelerado do setor nos últimos anos - pilotos, copilotos e comissários - enfrentam a sobrecarga de trabalho, alterações na escala, pressão psicológica, fadiga e estresse, que refletem em problemas de saúde e colocam em risco a segurança de voo. É preciso investir mais e adotar programas que priorizem a saúde e a qualidade de vida dos aeronautas.
Fonte: Paulo Pereira

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