A ergonomia, palavra derivada do grego e que representa o estudo da interação entre o homem e o seu ambiente de trabalho, também vem se tornando um campo ilimitado de estudos e pesquisas para uma área específica da saúde: a medicina do trabalho. O envolvimento de especialistas nesse segmento visa proporcionar o bem-estar humano, considerando suas habilidades, características e limitações. Outro objetivo é diminuir os riscos de acidentes de trabalho e as lesões provocadas pelas mais diversas atividades.
Neste sentido, dá para se entender como o campo de atuação dos profissionais é amplo, já que o especialista pode aplicar seus conhecimentos tanto para adequar um projeto arquitetônico a fim de obter maior conforto e segurança, quanto na readequação de uma linha de montagem industrial para aumentar a produtividade e garantir bem-estar ao trabalhador.
Conforme o médico do trabalho Hudson de Araújo Couto, uma das maiores dificuldades dos instrumentos de avaliação da atividade ergonômica sempre foi quantificar o tempo em que o trabalhador deve permanecer em determinada atividade, sem prejudicar o seu nível de produção e sem que ele corra o risco de sofrer lesões inerentes ao seu trabalho. ?As atividades cíclicas ou as repetidas são as que mais preocupam os médicos, já que essa variável é difícil de ser mensurada?, observa.
Taxa de ocupação máxima
Com efeito, o especialista desenvolveu um instrumento de avaliação que promete sistematizar a medição dessa variável, possibilitando aos gestores implantarem soluções que diminuam o risco ergonômico dessas atividades. É o índice TOR-TOM, no qual o TOR representa a taxa de ocupação real (percentagem da jornada que o trabalhador está efetivamente envolvido em atividades de alta exigência ergonômica) e TOM indica a percentagem máxima que ele deveria atuar nessa atividade.
O índice criado por Couto possibilita ao gestor uma correção planejada das condições de trabalho, pois, ao se deparar com uma situação de taxa de ocupação real acima da máxima, conhecendo os fatores que determinaram uma baixa taxa de ocupação máxima naquela tarefa específica, poderão ser adotadas medidas visando corrigir os problemas dos postos de trabalho e, por conseguinte, aumentar a taxa de ocupação máxima, o que é um dos objetivos básicos da ergonomia (produtividade).
Objetivamente, a implantação do índice TOR-TOM é importante para prever quanto tempo um trabalhador pode executar uma tarefa repetitiva sem se queixar de algum tipo de dificuldade, desconforto, fadiga e, conforme o caso, o risco de apresentar lesão relacionada à sobrecarga. Segundo Hudson Couto, no caso de impossibilidade de correção adicional, poderá calcular o tempo máximo de trabalho para determinada atividade, bem como estudar outras soluções, como promover um rodízio de tarefas ou reservar um tempo para a recuperação desse trabalhador.
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